
Olívia Blanc era o inverso. Um doce de pessoa. Menina fina, em verdade, era muito bem educada. Sua família era importante, mas economicamente decadente. Mas na corte o que vale é a origem, portanto para uma Blanc a pose era importante. A etiqueta impecável era sua marca. Além disso, era prendada nos afazeres domésticos, dominava a arte da gastronomia, fosse o prato regional, nacional e internacional. Foi justamente numa noite especial, regada por finas iguarias gastronômicas que ela conheceu o Rosa.
Era a festa de uma amiga de Olívia. Um amigo do Rosa o chamou, pois não queria ir sozinho. Rosa relutou, mas foi. Na festa, àquela altura, um tanto entediante, ele encontrou Olívia. De imediato, o tempo parou. Era como se Deus apertasse um «slow motion», no controle remoto da vida. Cada movimento dela era milimetricamente analisado e admirado, seu rosto era de devoção dogmática. Ele parecia inspecionar, um a um, cada centímetro de Olívia, cada poro de sua pele. Rapidamente, Olívia comentou com uma amiga:
- Olha só como aquele cara me olha! O que será que ele quer?
A amiga rindo sussurrou:
- Te comer!
Rosa caminhou em sua direção e se apresentou. A conversa iniciou-se amena, com os «O que» e «Quem» de sempre: O que você faz?, O que você gosta?, Quem você conhece aqui?, etc. No meio do papo, quase do nada, o Rosa falou:
- Princesa, posso te dar um beijo?
Olívia respondeu:
- Tá Louco!? Mal te conheço!
Rosa:
- Nenhuma forma melhor de conhecer há que essa! – e tacou um beijo daqueles.
Olívia de início resistiu, mas foi mais forte do que ela. Não Rosa, o desejo. A insustentável leveza do ser a

- Você é muito atrevido, Amadeus!
Ele:
- Nada disso. Sou homem. Você que tá mal acostumada, andando muito com esses burguesinhos. Ainda não sabe como é um homem de verdade.
Olívia com um ar desafiador, retrucou:
- Ah, é?! Suponha que você deva ser um homem desse espécime genuíno. Uma pena você achar que eu não sei o que é um homem de verdade.
Foi quando o Rosa disse:
- Não sabe mesmo! Mas se quiser saber, estou aqui.
Olívia pareceu se transformar. Puxou o Rosa pela gola da camisa e disse:
- Siga-me se for capaz... de verdade.
Refugiaram-se num pequeno quartinho. Era uma dispensa, cheia de salgadinhos, docinhos, bebidas, enfim, o buffet da festa estava ali. Lá, beijaram-se, abraçaram-se, trocaram carícias intensas. Rosa ainda tentou:
- Você é louca é? Alguém pode chegar! Vamos sair daqui!
Olívia vitoriosa e maliciosamente disse:
- Para onde foi aquele homem de verdade que tava lá fora? Acho que continua por lá. Será que tenho que te abandonar e procurar por ele?
Rosa a

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