
O congresso era uma beleza. Luxo, pompa, tradição e elegância marcavam o evento. A apresentação de Marcos foi muito aplaudida, só se arrependeu de nunca ter estudado Francês, mas o Inglês foi amenizado com várias inserções simpáticas de expressões francesas, com o intuito de fazer o metier.
Enfim, chegara a última noite em Paris. Como despedida resolveu jantar num bom restaurante. Foi ao Alain Ducasse, restaurante situado no Plaza Athénée. Lá, pediu um escargot au vin. O recinto possuia uma excelente decoração, todo o local tinha um charme único. Porém, algo chamou a atenção de Marcos como nada antes. Ele estava maravilhado com os talheres. Um prateado inigualável, fantastique! Foi quando decidiu levar uma lembrançinha especial de Paris. Pensou em pegar o garfo e a faca, mas a faca poderia dar problema na alfândega, com toda essa paranóia de terrorismo. Por isso, foi no garfo com força.
Devagarzinho, envolveu o talher escolhido com sua mão esquerda e o guardou no bolso. Este ato durou um único segundo, mas em sua mente foi planejado nos mínimos detalhes. Ao terminar a refeição, solicitou a conta, nem olhou seu valor, não importava. Seu objetivo era outro: um pedaço de Paris. Quando o garçom retornou com o seu cartão de crédito, Marcos agradeceu, guardou o cartão, e levantou. Cada passo até a porta custava-lhe um esforço colossal. E numa progressão geométrica a culpa ia tomando conta de sua consciência. Rapidamente mentalizou uma manchete na Folha ou no Estadão “Paraibano preso por roubo na França!”. No Correio da Paraíba e no Jornal da Paraíba seria capa, sem a mais mínima dúvida. Suava frio, latejava sua pulsação sangüínea. Neste instante, foi tocado no ombro... Segurou um grito denunciador, mas um tremelique foi inevitável. Era um garçom lhe avisando que a porta que estava prestes a ingressar era da cozinha e não a da saída. Marcos, agradeceu, com um trêmulo «Merci!» Virou-se e caminhou na outra direção.
Contudo o medo aguçara sua visão periférica e percebera o garçom que acabara de alertá-lo, estava conversando com um segurança. O frio correu-lhe pela espinha imediatamente. Estava perdido. Sem hesitar ingressou no banheiro. Numa pane orgânica, seu intestino lhe traiu de forma impiedosa. Exausto, e culpado resolveu encarar a sorte. Devolver o talher seria um ato covarde, e Marcos era um homem de fibra. Respirou fundo, saiu do banheiro em marcha. Imaginou como fundo musical o hino francês, La Marseillaise. Perto da saída encarou o recepcionista do restaurante, mergulhou, por seus olhos, n`alma do indivíduo, este prontamente abriu a porta por onde Marcos atravessou triunfante.
kkkkkkkkkkkkkkkkkk meu amigo é peso, pior que se fosse made in china!! =D
ResponderExcluirMuito bom esse conto adorei
abraço Negão
kkkkkkkkkk!
ResponderExcluirTambém gostei demais desse conto, Dr!
Sem falar que foi uma delícia praticamente visualizar cada pensamento da personagem na sua trama pré-cleptomaníaca..rs
Agora, quanto a roubar a pátria... bem, infelizmente em se tratando de Brasil, isso aqui é o que não falta, não é...
:Z
Parabéns por mais um excelente conto;)
Um abraço
O melhor conto! Muito bom! Parabensss!
ResponderExcluirNegão, parabéns mais uma vez. O final só não pode ser considerado como "chave de ouro" porque o garfo é brasileiro... Quer dizer, se for Tramontina, é chave de ouro mesmo! Grande abraço.
ResponderExcluirEita! Gostei foi do nome de guerra: Marco Mota. Parabéns pelos posts.
ResponderExcluirAbs,
Arturo
Iza, relamente, Made in China seria o normal hoje em dia kkkkkkk
ResponderExcluirNarla, mas esse pqueno ato falho não faz de Marcos um dos piores por aqui, não acha?
Obrigado, Heloísa!
Vlad, tramontina kkkkkk num lembrei, podia ter sido.
Grande Catunda, você é um dos responsáveis, seu blog me motivou a criar o meu. Grande abraço